4 de fevereiro de 2010

Anseio

O que está acontecendo?
O que há com as pessoas?
Estou tão farta de tudo isso. Farta de pessoas e lugares pateticamente iguais. Dessa ridícula condição de não se misturar, pertencer a grupos, limitar a si próprio.
Todos são iguais. As mesmas frases mesquinhas e sem qualquer fundamento. Um mundo onde a mentira éa maior ditadora, contra quem não há rebelião alguma. Essa tola resignação em acreditar em uma salvação pela qual somos incapazes de nos esforçar para obter.
De que adianta sobrepor-se, mostrar superioridade? Foi se o tempo em que a individualidade era algo plausível.
A falsa aceitação que existe. Essa condescendencia tão engrenhada em mim mesma, impede que eu me imponha, não me faça ver nem escutar. Tudo somado dessa hipocrísia caridosa e maledicente que tomou conta de todos nós. Almas apodrecidas pela pobreza dos sentimentos mais genuínos.
O precipício das murmurações insanas cada vez mais cheio, mais abismal. Qualquer aproximação e as murmurações se tornam altivas e persuasivas, transformando-nos em máquinas extinguidas de tudo o que for meramente humano.
Quando, enfim, tudo acabar - se acabar -, a menina que outrora prendia-se dentro de si mesma, tentando escapar de sua prória realidade, deixará de lado todos os seus anseios e medos e se imporá sobre a urba de insólitos competidores do jogo que é a vida. Ela subirá até as pontas dos pêlos do coelho ( plagiando a filosofia de Gaarder) como tantos outros fizeram, e quem sabe não conseguirá saltar para a grama fofa que acalenta o sono do animal.
Mas por enquanto, a menina dorme, entre tantos outros, aconchegada na raiz daqueles pêlos, mas não deseja se acomodar, e a cada dia, procura subir, um milímetro que seja, com o forte de desejo de subir cada vez mais tomando conta de seu corpo. Quem sabe?!




" A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo"
                                                                      Friedrich Nietzsche