26 de janeiro de 2012

obsessão

Minha cabeça dói tanto. 
"Não precisa pedir desculpas, eu respeito o seu espaço" 
É claro que você respeita. É claro que você sabe exatamente quando eu preciso de espaço. Quando eu preciso de um tempo  pra pensar. Quando eu preciso de um abraço. 
Você tinha que me conhecer tão bem? 
Minha cabeça vai explodir, vai explodir sim.
Não é amor.
Não. 
Você não me ama, eu não te amo. Mas precisamos um do outro, não é?! 
Preciso de sua cabeça no meu colo, e você precisa de minhas mãos nele. De vez em quando. 
Preciso beijar sua boca, uma vez ou outra. Somente encostar meus lábios nos seus, de leve. Sentindo seu cheiro. Preciso sentir o seu cheiro em mim. 
Mas não é amor.
Preciso saber da sua vida, preciso falar da minha vida. Preciso dizer que te amo, uma vez ou outra.
Mas não é amor. 
Contar segredos com um olhar, sentir pensamentos com um toque. Nossas mãos, nossos olhos, nossa pele.
Mas não é amor.
Desvendar os caminhos, contornar e retorcê-los. Descobrir e retocar.
Mas não é amor...


E eu preciso de amor. 



"Sim! Eu estou tão cansado. Mas não pra dizer que eu estou indo embora. Talvez eu volte. Um dia eu volto. Quem sabe!? Mas eu preciso, eu preciso esquecê-la...A minha grande, A minha pequena, A minha imensa obsessão. A minha grande obsessão.."
                                Vapor Barato - Gal Costa.
 A dor de cabeça não vai embora. É uma tortura. 

24 de janeiro de 2012

muito prazer, meu nome é otária!

Eu deveria ligar. Não, eu não deveria. 
Porque eu deveria ligar? Afinal, é o desprezo o que me é reservado. Certo, eu não vou ligar. 
Mas e se for algo sério? Ok, vou ligar. Mas de que adiantaria? Não, definitivamente eu não vou ligar. 
Estou ligando. 
Erro: retire o ddd. 
Ok, ok, isso é um sinal. Não ligue. Tudo bem, não vou ligar. É melhor assim, certo?!
Está chamando. Droga! 
Ah, sem problemas, não vou ser atendida. Certamente não vou ser atendida. 
Primeiro toque! 

-"Alô? "

Jura?! no primeiro toque?! Só pode ser brincadeira. Você tem que estar brincando comigo. 
Ok, e agora? Devo dizer: "Olá, lembra de mim? A pessoa que sempre buscou usar as palavras certas contigos, tentando amenizar ao máximo, por pior que fosse o que ia dizer. Mas que você sequer parou pra pensar um segundo antes de xingar, humilhar e ferir com suas palavras? Se lembra de mim? A pessoa que se importa tanto ao ponto de te contar a verdade, quando seria muito mais fácil mentir? Se lembra que eu costumava ser o amor da sua vida, e que agora eu "pasto"? É, sou eu. Embora eu tenha sido humilhada de todas as formas por suas palavras insensíveis, eu estou te ligando no meio da noite para saber se está tudo bem."

 Muito prazer, meu nome é Otária! 

"Eu espero que não esteja tudo bem, que você esteja tão mal quanto eu fiquei, e que a dor física que sente agora, seja tão grande quanto a dor emocional que eu senti. Porque diabos você me avisou disso, afinal? Não pertenço mais á sua vida. Me esqueça. Eu superei você." É, é exatamente isso que vou dizer.

"- Alô! Isso é verdade? Como isso aconteceu? "

Muito prazer, meu nome é Otária! 

Eu deveria ter dito tudo isso, mas eu estava estupidamente preocupada contigo. Minha voz estava falhando e minhas mãos estavam tremendo só de imaginar o que havia acontecido. 
Muito prazer, meu nome é Otária! 
Nós poderíamos finalmente ter explodido, termos nos defendido. Xingado. Dito injúrias e feito acusações. Eu poderia ter dito tudo o que havia acontecido naquela maldita semana. Poderia ter te lembrado que em nenhum momento fui desleal contigo, nenhum momento. Que eu poderia ter sido, mas não o fiz. Que conversei com você antes de fazer qualquer coisa.  Mas, não. Simplesmente tivemos uma conversa normal. Com direito a pequenas piadas e brincadeiras.  Uma conversa como todas as outras. 

Muito prazer, meu nome é Otária! 

Eu não dormi naquela noite. E o dia seguinte foi um misto de arrependimento e tranquilidade, porque eu sabia que estava tudo ok. 
 Me xingaram por essa atitude! Me xingaram muito. Mas se eu não tivesse feito, não seria eu. 
Não importa quantas vezes você me magoe, quantas vezes você diga que me odeia. Eu até prefiro que seja assim, que a distância seja a nossa única relação. Mas eu nunca vou deixar de me preocupar. Nunca vou deixar de estar aqui quando você precisar. Nem que seja só pra dizer: Vai pra um hospital, pelo amor de Deus! 
Sabe porque? Porque eu sou sua amiga. Antes de qualquer coisa. E é isso que bons amigos fazem. 

18 de janeiro de 2012

Minha querida srta Ilusão,


Tudo bem? 
Como vai a família? 
Ok, não há um modo fácil de dizer isso, então vou direto ao assunto: Estou escrevendo essa carta porque quero terminar com você. É, isso aí, terminar. 
Vai ser difícil, eu sei. Vai demorar  para que consigamos nos desapegar uma da outra, mas é necessário que nós nos esforcemos para isso. 
Não tenho palavras para expor toda a felicidade que você já me deu. Como naqueles momentos em que eu ouvia aquele "Eu te amo", e você fazia meu coração diminuir, encolhendo de tanto prazer, de tanto contentamento. Ou os momentos em que você transformava um simples nome brilhando na tela do meu celular em um motivo para eu querer gritar e pular e cantar de felicidade e carinho.
Obrigada pelas vezes que me fez ficar sem ar ao ouvir alguém dizer: Você é a mulher da minha vida! Obrigada mesmo. Obrigada também por me fazer acreditar em todas as promessas e mentiras que já me contaram.
E é claro, não posso deixar de agradecer pelas vezes em que você me fazia estremecer quando sentia o cheiro daquele maldito perfume, me fazendo lembrar de todos os momentos em que eu o sentia tão perto. Obrigada pelas vezes em que somente aquele abraço iria me confortar e você o trouxe para mim. Obrigada. 
Era o que eu precisava, sem dúvidas;

Mas as coisas mudam, minha querida. E eu mudo junto com elas. Estou cansada de toda essa felicidade temporária e falsa. Estou cansada de você estar na minha cama todas as noites, invadindo meus sonhos, meus pensamentos,  burlando minhas regras e alterando meus sentimentos. 
Acho que nós já tivemos nossa história. Está na hora de encerrá-la. 
Espero que fique bem.  Eu sentirei a sua falta. 
Com amor, 
Karla