7 de abril de 2012

Moon

O vento forte fazia com que seus cabelos voassem rebeldes por sobre o seu rosto. A música em seus ouvidos começou, assuntando-a. Aquela voz forte e profunda, aquele tipo de voz que se mergulha e se esquece da vida. 

Prendeu os cabelos em um costumeiro coque preguiçoso e cantarolou baixinho os primeiros versos da música: "The moment I wake up, before I put on my make up.. I say a little prayer for you"  
Sensação estranha.
Ao entrar na silenciosa rua que levava ao seu destino, distraída, olhou para o céu, o que estava evitando fazer desde o início da noite. Ela não queria olhar. Ela não podia...
Lá estava ela. Brilhando. Linda. Seguindo cada passo seu. Porque ela era tão linda? Porque seus pensamentos evaporavam, as palavras não se formavam? 
Somente um amante da Lua entende as palavras de um outro amante. Somente um amante dela, entende que as noites em que ela aparece, devem ser celebradas. Que cada fase dela, deve ser apreciada. Que cada tonalidade que ela assume, são representações dos mais genuínos sentimentos. 
Somente um amante da lua reconheceria e entenderia o olhar da menina naquele momento. 


"Forever, and ever, you'll stay in my heart and I will love you. Forever, and ever, we never will part. Oh how I love you." 



É, era tarde demais. A lua (mais uma vez) tomara conta de sua consciência e sentidos. Não havia como escapar. Desceu a rua com os olhos fixos na companheira lá em cima. Pensando e sentindo coisas que somente ela lhe trazia. 
Longa caminhada. 
Quando, enfim, nuvens voluptuosas tomaram conta de sua amada, a menina desviou os olhos e percebeu que chorava. 
Sempre restariam lágrimas quando a lua aparecesse assim, de repente. E mais ainda quando as nuvens maldosas a encobrissem. 


"My darling believe me, for me there is no one but you. Please love me too. I'm in love with you. Answer my prayer, babe"

My sweet love. My platonic love. My fake love.