12 de setembro de 2012

just a kid

"Eu não sei dizer o que quer dizer o que vou dizer. Eu amo você, mas não sei o que isso quer dizer." - Lenha, Zeca Baleiro.

Talvez seja só carência.
Talvez seja só maldade.
Talvez seja só egoísmo.
Ou talvez, só talvez, seja porque em todo esse tempo, em que eu tripudiava seu sentimento, em que eu te afastava de mim.. Talvez eu só não pudesse te ter por perto. Porque era - e ainda é - amor demais. E eu não suporto sentir isso. Me tira o ar, me tira o ânimo.. Me tira a sanidade. Não é normal sentir isso.. Não pode ser. É uma depêndencia.. É como uma droga..

Heroína.


Um por um eu os afastei.. Calmente. Como se fossem criminosos que merecessem punição. Devem ser punidos por assumirem um sentimento ao qual eu não tenho capacidade de assumir. Sequer tenho capacidade de lidar.
Então eu fujo, de todos os rostos, de todos os beijos, de todos cheiros.. De todas as cores. Porque? Porque sou covarde. Isso mesmo, senhoras e senhores, sou uma covarde. Corro, me escondo, me corto, me sangro.. Mas não me entrego. Não baixo a guarda.. Pois nos poucos momentos que o fiz, a dor veio como lembrete infalível da minha incapacidade.

"Muito pra mim é tão pouco e pouco é um pouco demais." Muito pouco, Maria Rita.


Absolutamente nada faz sentido. Eu sinto sono, frio, raiva.. Sinto vontade de gritar, de rasgar minha existência. De me esconder no escuro, de virar as costas para mim mesma e exigir mais sanidade enquanto arranco com minhas unhas e meu sangue tudo o que não faz mais sentido.
Tudo está tão bagunçado. Eu tinha um plano.. Eu tinha uma vida.
Não posso lidar com tudo isso.. Então eu fujo. Me escondo.
Eu quero.. O que???? Só uma criança, com sonhos de criança.. Isso é tudo.

Everything is gonna be ok, kid. Just let it be.

"Eu não teria dificuldades em perdoar o teu orgulho, se antes ele não tivesse ferido o meu." Orgulho e Preconceito, Jane Asten