10 de março de 2013

noite de chuva.




A chuva vai caindo lá fora, aqui dentro, o silêncio das tantas vozes que gritam dentro de mim.
Se eu acreditasse em sorte, diria que esse seria um bom período para começar a ter alguma, mas nem nisso eu acredito.
É como assistir um filme de terror, onde as cenas assombrosas, não são intercaladas por momentos suaves ou vácuos inusitados. 
Porrada atrás de porrada. 
Ninguém se importa se estou sangrando, se meus pés já não conseguem sustentar o meu corpo. Não se importam se as feridas estão tão profundas que já não cicatrizam mais. 
Não, eles simplesmente continuam batendo. Batendo, batendo. Socos.. pontapés.. Dor. 
Eu só queria que parasse. Que o filme chegasse ao final, e os créditos subissem, confiando á cada um, o reconhecimento que merecem por tão dantesca obra. 
Há um constante odor pútrido exalando dessas almas ensandecidas. Há a constante intervenção do ato patético, porém melífluo, da hipocrisia condescendente..
CHEGA! Enfrente os seus medos! 
Não há como lutar por mudanças sem deixar alguns corpos ensaguentados e sem vida pelo caminho. Não há como se entregar ao passional sem que sejam derramadas doses e mais doses da própria dor.
Quero lutar mais, quero modificar todo esse filme... Mas como? 
Minha fraqueza é o que me sustenta. Meus medos são aquilo que sou. 
Preciso gritar o amor sufocado, me jogar em teus braços e me perder dentro de mim... 
Por ora, entretanto, ficarei por aqui. Deitada, aguardando que você se faça presente, enquanto escuto o barulho da chuva e converso com o meu silêncio.



“Honey why are you calling me so late? It's kinda hard to talk right now. Honey why are you crying? Is everything okay? I gotta whisper cause I can't be too loud. (…) It's really good to hear your voice, saying my name, it sounds so sweet. Coming from the lips of an angel, hearing those words it makes me weak.. and I never wanna say goodbye..”
Lips of  an Angel - Hinder